Não sei onde, nem quando... mas perdi-as. Também não percebi como. Apenas sei que quando olhei, elas já não estavam lá. As minhas asas.
Acredito que quando nascemos somos dotados de um par de asas, que nos asseguram uma infância de promessas, brincadeiras ingénuas, crenças inabaláveis, confiança inesgotável.
À medida que crescemos, vamos compreendendo o nosso próprio tamanho e realizando a pequenez e fragilidade da nossa condição. Nem tudo acontece como esperávamos, porque os nossos pais nem sempre estão por perto para pintar em tons de rosa o nosso mundo, tal como o fizeram “com o nosso quarto”.
As pequenas brigas deixam de se resumir às bonecas, aos carrinhos ou aos jogos... passam a ser sérias discussões, iguais às que nos eram incompreensíveis no mundo dos adultos. Percebemos que nem todos querem saber. Que a amizade nem sempre é tão simples ou tão irresistivelmente natural. As relações humanas complicam-se à medida que se revestem de interesses e de precauções.
Porque uma das leis da vida é que aprendemos com ela. O processo de crescimento envolve, inevitavelmente, a perda dessas asas de fantasia e ilusão. E, com o desaparecer desse elemento alado, perdemos também o que de mais puro e genuíno há em nós e deixamos de ter acesso a esse mundo tão verdadeiro... o dos mais pequenos.
Olho-me ao espelho. Perdi a ingenuidade. Hoje sou mais desconfiada, sou mais bruta, demoro mais tempo a aproximar-me e a confiar nos outros, sou mais prática, mais óbvia, o meu olhar é mais perspicaz, as minhas relações mais selectas.
Acho que isso significa apenas uma coisa: cresci!
Mas há uma magia, muito particular, e um brilho que resta do dourado dessas asas, que algures perdi... Nas poucas, mas genuínas amizades que me tenho, sei que há espaço para essa menina ingénua, para essa confiança absoluta, para essa fé nos outros, para essa idealização e para essa verdadeira entrega.
Nesses momentos de prazer, com esses privilegiados "melhores amigos" (e que, sobretudo, me tornam a mim privilegiada) retorno ao meu mundo encantado e sou simplesmente eu... desnuda, sem máscaras, sem medos e sem preconceitos.
Apenas eu... uma menina morena, de olhos castanhos, asas brilhantes e sonhos do tamanho do mundo.
Acredito que quando nascemos somos dotados de um par de asas, que nos asseguram uma infância de promessas, brincadeiras ingénuas, crenças inabaláveis, confiança inesgotável.
À medida que crescemos, vamos compreendendo o nosso próprio tamanho e realizando a pequenez e fragilidade da nossa condição. Nem tudo acontece como esperávamos, porque os nossos pais nem sempre estão por perto para pintar em tons de rosa o nosso mundo, tal como o fizeram “com o nosso quarto”.
As pequenas brigas deixam de se resumir às bonecas, aos carrinhos ou aos jogos... passam a ser sérias discussões, iguais às que nos eram incompreensíveis no mundo dos adultos. Percebemos que nem todos querem saber. Que a amizade nem sempre é tão simples ou tão irresistivelmente natural. As relações humanas complicam-se à medida que se revestem de interesses e de precauções.
Porque uma das leis da vida é que aprendemos com ela. O processo de crescimento envolve, inevitavelmente, a perda dessas asas de fantasia e ilusão. E, com o desaparecer desse elemento alado, perdemos também o que de mais puro e genuíno há em nós e deixamos de ter acesso a esse mundo tão verdadeiro... o dos mais pequenos.
Olho-me ao espelho. Perdi a ingenuidade. Hoje sou mais desconfiada, sou mais bruta, demoro mais tempo a aproximar-me e a confiar nos outros, sou mais prática, mais óbvia, o meu olhar é mais perspicaz, as minhas relações mais selectas.
Acho que isso significa apenas uma coisa: cresci!
Mas há uma magia, muito particular, e um brilho que resta do dourado dessas asas, que algures perdi... Nas poucas, mas genuínas amizades que me tenho, sei que há espaço para essa menina ingénua, para essa confiança absoluta, para essa fé nos outros, para essa idealização e para essa verdadeira entrega.
Nesses momentos de prazer, com esses privilegiados "melhores amigos" (e que, sobretudo, me tornam a mim privilegiada) retorno ao meu mundo encantado e sou simplesmente eu... desnuda, sem máscaras, sem medos e sem preconceitos.
Apenas eu... uma menina morena, de olhos castanhos, asas brilhantes e sonhos do tamanho do mundo.