sexta-feira, 29 de abril de 2011

... Príncepe ...

As pessoas têm sonhos, metas, ideais... as metas nem sempre são alcançadas como as conjecturámos, mas isso não é difícil de aceitar, porque só o alcançá-las faz com que valham a pena. Os ideais, esses já são um pouco mais complicados... perdemos uns, outros mantêm-se toda a vida, porque acreditamos neles, apesar de nunca se concretizarem. No fundo nunca passam disso mesmo: ideais. Até porque se se concretizassem deixariam de o ser...
O pior de tudo são os sonhos... E simultaneamente o melhor. Os sonhos são o único meio de transporte disponível que nos leva a voar, são a única forma de fazermos tudo o que queremos, são o único mundo em que tudo é possível, em que não há ordem nem lógica. Há vontades, desejos, ambições, imaginários criados, reinventados.
Todas as mulheres sonham, acho eu, nalgum momento da sua vida, encontrar um homem perfeito. A metáfora do príncipe no cavalo branco é certamente a que melhor exprime esse desejo, esse sonho. Por vezes as pessoas não percebem bem a essência da metáfora... Não interessa se ele chega a cavalo, se chega de Porsche, Renault ou a pé. Não interessa que seja um príncipe em riqueza. São os momentos em si que interessam... aqueles momentos que, na realidade, só nos filmes conseguimos ver. Interessa se o nosso suposto "príncipe" nos respeita e acarinha, tudo faz para nos ver feliz... Interessam os gestos de cavalheirismo quando nos deixa passar sempre em primeiro lugar nas portas, interessa que se recorde das datas importantes... Interessam os pequenos presentes cheios de simbolismo: as flores, os passeios, as carícias...
E depois... pensamos que nada é assim. E esperamos e nada acontece assim... Nunca nada se adequa às nossas expectativas, nunca nada é tão perfeito quanto imaginámos...
E chegamos a afirmar que os "príncipes" não existem. O problema é que eles existem e são os que estão mais próximos de nós, mas também mais discretos... São sempre aqueles em que não reparamos. Que a toda a hora nos tentam dar subtis provas do que por nós sentem: em cada gesto, em cada tentativa de corresponderem aos nossos caprichos, em cada olhar fraterno que nos dão... E nós?
Permanecemos indiferentes, rodeadas de grandes amigos, permanecemos indiferentes e cegas, à espera de um cavalo que já não vem, à espera de um príncipe que já chegou...

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